Natural de Campinas, a Jessica Blanco é mais uma daquelas brasileiras inspiradoras que tiveram coragem de arregaçar as mangas para criar o trabalho dos seus sonhos. Formada em Design de Games, ela atuou na área, como gerente de projetos, durante cinco anos. Mas chegou um momento em que sua paixão pelo universo fofo da papelaria falou mais alto! Em 2015, ainda sem saber ao certo como seria a sua futura loja, ela pediu demissão. Num período de três meses, ela criou a primeira coleção da sua marca e já no inicio de 2016, lançou o site da Meg&Meg, que ela também fez por conta própria. Hoje, três anos depois, a Meg&Meg – que foi projetada na mesa da cozinha do antigo apartamento da Jessica – é uma papelaria reconhecida no mercado, com clientes espalhadas pelo Brasil inteiro! Nesse bate-papo super descontraído, a Jessica conta como ela criou a empresa do zero, com pouco investimento e muita determinação! Para conferir a história da Jessica na íntegra, basta clicar aqui para ler o primeiro post desta série!
A sua família te apoiou quando você decidiu criar a Meg&Meg?
Eu tive que adotar uma estratégia, porque gosto muito da minha família! Não ter o apoio deles ia ser muito triste pra mim! Eu só contei a novidade para os meus pais quando o primeiro caderno da Meg&Meg já existia e o site estava pronto! Na verdade, foi um período curto entre pedir demissão e lançar a minha empresa, mas achei melhor assim porque eles são mais conservadores, nunca empreenderam. Claro que me senti um pouco desconfortável por não ter contado pra eles, logo de cara, mas se eles não me apoiassem, eu me sentiria uma negação. “Eles vão saber quando estiver tudo pronto e irão gostar!” E não deu outra, graças a Deus! Quando avisei que na semana seguinte eu lançaria a minha marca, eles ficaram orgulhosos: “Nossa, filha! Como você inventou isso?! Que legal!” Essa reação acabou sendo natural porque eu já tinha algo palpável para mostrar pra eles. A minha mãe sempre me apoiou dizendo que eu deveria arriscar enquanto fosse nova. Então, no fundo, eu sabia que ela iria compreender! Até porque eu criei a Meg&Meg com 25 anos de idade – ainda estava em tempo de errar um pouco e aprender com essa experiência! E foi isso! Depois que os meus pais viram os produtos da primeira coleção, eles entenderam! Hoje, meu pai leva os cadernos da Meg&Meg para as colegas de escritório e me avisa, todo feliz, quando temos uma encomenda para entregar no trabalho dele! A minha avó também! Quando eu era modelo, saía nas revistas, eles ficavam: “Olha, a minha neta!” Agora é assim: “Olha, a minha neta tem uma papelaria!! Ela fez esse caderno!” É muito legal!
Como foi essa transição financeira pra você: deixar de ser funcionária, com um salário fixo, para se tornar empreendedora? Você já tinha um dinheirinho guardado?
Eu tinha um dinheirinho guardado sim! Comecei a trabalhar com 15 anos. Fui modelo – uma profissão que não tem nada ver com o que faço hoje. Mas foi naquele período, como modelo, que eu aprendi a economizar dinheiro. Eu percebi, logo cedo, que a gente leva um tempo até começar a ganhar dinheiro, então temos que gastar com sabedoria! E desde que eu me mudei pra São Paulo, antes da faculdade, eu já pagava aluguel, então você vai aprendendo a dar valor. A verdade é que eu sempre economizei, desde a época em que fui modelo. Porque com 15 anos a gente não têm muitos gastos. Lembro que o meu sonho de consumo nessa idade era comprar um iPod. Depois que comprei o aparelho, eu não tinha mais o que fazer com o dinheiro e comecei a economizar. Então, quando resolvi abrir o meu próprio negócio, eu tinha essas economias que comecei lá na adolescência – em grande parte porque eu sempre vivi com menos do que eu ganhava. Sempre tive essa consciência como funcionária também e fui guardando. E quando eu pedi demissão – o maravilhoso da CLT é isso, né? Você pede demissão e ainda ganha um dinheirinho de rescisão, mesmo não tendo sido demitida! Daí, resolvi pegar esse dinheiro da rescisão pra começar o meu negócio! Foi um bom limite!
Em que você investiu no início, já que você estava começando a sua empresa do zero?
No primeiro dia de empresa, a cotação do dólar estava 4 reais – já naquela época, há três anos. A minha ideia inicial era importar produtos para loja porque eu tinha muitas referências. Iria ser muito fácil pra mim fazer uma curadoria – isso é o que a maioria das papelarias no Brasil fazem. No início, eu não sentia aquela necessidade de criar os meus próprios produtos! Eu queria que a loja tivesse produtos incríveis, mas não sabia ainda qual seria o caminho. Quando eu vi que importar seria uma “furada” por causa do dólar – o produto final ficaria caro demais – eu decidi fabricar os produtos. Não só decidi, como escrevi essa meta no papel também! Eu só não sabia, mais uma vez, como iria ser porque eu nunca tinha feito um caderno na vida! Mas pensei: “vamos lá”! Resolvi começar com papelaria – porque é mais fácil para encontrar uma gráfica de boa qualidade perto de casa – e depois seguiria ampliando e diversificando os produtos! Porque logo que lancei a marca, a minha ideia era vender itens fofos para casa e decoração também, como edredom, toalhas e chinelos! Mas depois, tive que adotar essa estratégia: começar com a papelaria – que eu mais gosto e, no fundo, sei que daria certo – para depois ampliar e crescer aos poucos! E hoje, olha que bacana: por obra do destino e da oscilação do dólar, o nosso diferencial é justamente ter uma produção nacional!
Depois que tomei a decisão de fabricar ao invés de revender, eu montei uma planilha com os meus gastos fixos para aqueles primeiros meses de empresa. Incluí o custo de manutenção do site, a mensalidade do Photoshop…fui estimando tudo! Até porque, com uma produção própria, eu tinha que calcular o meu custo com as gráficas também. E para esse tipo de produção, quanto maior o volume da encomenda, menor será o custo unitário do produto. Lógico que bateu aquele friozinho na barriga de produzir em larga escala e ninguém gostar! “Meu Deus, será que as pessoas vão se interessar pelos meus cadernos?”- me questionava! E naquela época, a quantidade mínima, que seria viável para as gráficas, seria de 100 unidades de cada produto! Esse seria o estoque mínimo para que eu conseguisse vender os cadernos pelo preço de custo. E só de pensar que seriam 100! Ainda mais eu, que nunca tinha vendido nada na minha vida! Vai ter que ser, paciência! Mas pra não ficar completamente “no escuro”, eu sempre pedia a opinião das minhas amigas em relação às capas! Eu fazia uma espécie de votação com elas! Enviava cerca de 20 opções de capas e fazia um ranking dos modelos que a maioria gostava – foi assim que eu escolhi os seis primeiros produtos da loja! O investimento inicial foi de quase 100% na fabricação de produtos! Eu estipulei um valor X para produzir uma quantidade específica de cadernos e esse cálculo foi praticamente o investimento que fiz para lançar a Meg&Meg.
Em que momento você decidiu ter uma equipe?
Eu protelei essa etapa ao máximo, sabe? Pedindo ajuda para a minha mãe, que vinha lá de Campinas sempre que eu precisava. Mas teve um marco decisivo na Meg&Meg, que me fez refletir sobre a possibilidade de contratar uma funcionária: eu sempre tive muito receio de importar produtos, não só pela oscilação do câmbio, mas pela burocracia também. Quando eu finalmente abri mão desse “bloqueio” – eu estava prestes a receber a minha primeira importação grande de washitapes, da China – cheguei à conclusão de que eu tenho capacidade sim para criar produtos novos mas, pra isso, eu precisava sair um pouco do operacional, ganhar tempo e focar na parte de criação! E claro, conforme a gente vende mais, aumenta o tempo de caixa, o tempo de suporte que damos para as clientes, temos mais produtos para embalar…quando acontece algum problema com os Correios – em relação ao período de entrega dos produtos – temos que parar tudo e dar um auxílio para as clientes – são uma série de tarefas! Eu também respondo todas as mensagens inbox do Instagram porque adoro conversar com as seguidoras, mas é isso: esse atendimento tem que ser bem feito! Quando parei pra refletir sobre todas essas etapas do trabalho, percebi que realmente seria importante ter uma estagiária.
Inicialmente, não haveria volume de trabalho que demandasse uma profissional aqui no escritório, durante 8h/dia. Mas uma pessoa que ficasse cerca de 5h por dia comigo, já faria uma diferença enorme na minha rotina! Com isso, eu conseguiria dar continuidade às outras tarefas dos setores de criação e conteúdo, que também são importantes! Eu comecei a procurar uma estagiária em janeiro deste ano e hoje a Larissa está aqui comigo! Confesso que está dando super certo! Ela pegou rápido as coisas e dá pra notar que ela gosta de trabalhar aqui! Nós duas fluímos muito bem! Sem contar que a Larissa chegou num momento crucial, em que estávamos automatizando alguns processos. Ela me ajudou bastante nessa etapa também! Além disso, ela faz todos os pacotes, emite as notas fiscais e cuida do atendimento ao cliente, por e-mail. Sem contar outras tarefas que vou delegando pra ela, porque vejo que ela tem capacidade e talento para realizar. Como a Larissa ainda está na faculdade, perguntei, recentemente, se ela tinha interesse em escrever um post para o blog da Meg&Meg sobre dicas de estudo – ela adorou a ideia e foi logo escrever! Também sugeri que ela criasse alguns painéis novos no nosso Pinterest, desse uma repaginada mesmo, já que no dia a dia eu acabo focando mais no Instagram. Com isso, o Pinterest da Meg&Meg ficou com um ar muito mais profissional e eu amei! Na prática é assim: vou delegando pra Larissa tarefas que eu considero interessantes mas, que no dia a dia, eu não teria tempo para executar! E tem funcionado super bem! Estou muito feliz com a minha decisão 🙂
Nesses 3 anos de empresa, o que foi mais desafiador pra você?
Sem dúvida, foi a contabilidade. Toda essa parte de nota fiscal, eu tive muito medo de aprender. Resistência mesmo. Não gosto desse assunto, inicialmente eu nem queria olhar! Mas se a minha intenção era ter o meu próprio negócio, eu tinha que olhar, não teve jeito! Comecei a ler alguns artigos do Sebrae sobre o tema, até que eu aprendi a emitir nota fiscal! No início, quando eu era micro empreendedora individual (MEI), não era preciso emitir nota fiscal para pessoas físicas, junto com o pacote – apenas para os lojistas. Mas agora que o porte da nossa empresa é maior – a Meg&Meg não se enquadra mais no MEI – os Correios exigem que a gente envie as notas fiscais, na parte externa da embalagem, inclusive para as clientes que são pessoas físicas. O que eu acho certo mesmo! A gente vive falando que os políticos são corruptos, mas temos que fazer a nossa parte também! A verdade é que eu fui aprendendo tudo isso, com o tempo! Outro passo importante que eu dei foi pedir a ajuda de um contador. Recebi uma indicação, marquei um horário com ele e confesso que foi um alívio! Eu tinha medo até do contador! Mas quando cheguei no escritório dele, conversamos durante 4h! Ele me ajudou a configurar o sistema que eu iria usar para emitir as notas fiscais. Me ensinou o passo a passo mesmo: “Olha Jessica, quando você lançar um produto novo, você me fala que a gente define em qual categoria ele deve entrar e depois você vai atualizando!” Também aproveitei para esclarecer todas as minhas dúvidas sobre imposto, pra quê cada um servia – e assim, eu me esforçava para entender o “território desconhecido”. Tive muita resistência no início sim! Mas o lado bom da contabilidade é isso: uma vez que a gente entende o passo a passo das atividades que precisam ser realizadas, depois, é tudo igual! É muito automático, sabe? Hoje já não me assusta mais!
O que mudou pra você depois de ter o próprio negócio? Qual é a diferença da Jessica de hoje daquela que nem sonhava em abrir o próprio negócio?
Eu estou muito mais tranquila hoje. Sempre gostei do meu trabalho, mas agora eu aceito que posso errar, sabe? Eu tinha muita dificuldade com isso. Me cobrava demais no sentido de ser uma profissional exemplar, que não tinha permissão para falhar. Hoje, faço o meu trabalho com o mesmo carinho e cuidado de sempre, mas sabendo que, às vezes, alguns erros poderão surgir ao longo do caminho e que eu saberei lidar com isso! Hoje, me permito aprender com os meus próprios erros! No quesito “realização profissional”, o meu trabalho faz muito sentido hoje! Me dá muito prazer trabalhar e criar os meus próprios produtos. Às vezes, eu fico até assustada: Será que um dia a Meg&Meg vai acabar? Digo isso porque eu não me imagino trabalhando com outra coisa. Hoje, eu não quero que ela acabe! Quero que Meg&Meg só melhore e fique cada vez mais encantadora para as clientes, porque eu acredito muito na minha marca! Fazer um trabalho que eu acredito e que gera um impacto positivo na vida das pessoas – esses foram os dois fatores que mais me transformaram, como pessoa e profissional! Hoje, eu não tenho dúvida de que fiz a escolha certa! Eu sigo adiante, sabendo que tudo está fluindo, no caminho que eu de fato deveria estar trilhando!
Como é a sua rotina produtiva hoje? Você se sente mais realizada nesse aspecto também, tendo um horário de trabalho mais flexível?
Eu sou “a neurótica da organização”! Me cobro muito para ser produtiva! Faço um planejamento das tarefas que devem ser realizadas em cada semana e, depois, vou adaptando de acordo com o andamento da rotina no escritório – até porque imprevistos podem acontecer! Eu começo a trabalhar entre 9h30m e 10h da manhã e termino o expediente por volta de 19h30m/20h. Esse seria um dia de trabalho normal. Na época em que estávamos reformando a Casa Meg&Meg, por exemplo, volta e meia eu precisava compensar os meus horários, porque a obra em si, me demandou muito. Às vezes, o material de construção acabava e eu parava tudo pra ir na loja e, depois, levar o restante do material para os pedreiros – até porque o meu objetivo era terminar aquela obra o mais rápido possível! Mas no meu subconsciente, me sentia culpada por ter me afastado algumas horinhas do escritório. Em compensação, na fase de lançamento de novas coleções, já aconteceu de eu ficar até 10h30m da noite aqui na empresa, fechando arquivo de planner para enviar pra gráfica. Da mesma forma, se eu precisar fazer um exame no horário do expediente, depois eu compenso e fico trabalhando até mais tarde. Quando é necessário, trabalho aos finais de semana também. Então o bacana é isso: ter flexibilidade para adaptar o meus horários!
Quando o dia está muito corrido, eu vou anotando todas as pequenas tarefas no meu organizador diário, de papel. Anoto até os horários do meu almoço e jantar pra saber mais ou menos em que momento cada tarefa tem que ser realizada! É lógico que às vezes eu me planejo pensando num “dia de trabalho ideal”, mas aí vem a vida com seus imprevistos e todo o meu cronograma vai por água a baixo – o que faz parte também! Temos que aprender a lidar com isso! No meu planner, eu me organizo da seguinte forma: anoto tarefas de categorias distintas com cores diferentes. Uso uma cor para o trabalho e outra para listar tarefas da vida pessoal, por exemplo. E na hora de dar OK nas tarefas que foram cumpridas, eu uso as canetinhas correspondentes de cada categoria! Assim fica bem mais fácil pra visualizar a nossa própria rotina: nesse dia eu trabalhei, fiz tal coisa pra empresa e outras tantas pra mim mesma, pessoa física. Têm dias que preciso escolher: ou faço o jantar, ou termino uma tarefa pendente do escritório, que tem prazo para ser cumprida! Dessa forma, vou priorizando as minhas atividades. Eu acredito que o segredo é conseguir ter essa visão geral da nossa própria agenda/rotina. E organização é costume mesmo, hábito. A gente acaba pegando o ritmo com o passar do tempo. Eu cheguei a gravar um vídeo sobre esse tema para o Instagram: dicas pra quem trabalha home office! Ficou bem legal!
Quais são os seus planos para o novo espaço da Meg&Meg, que já se tornou realidade?
Eu quero construir e fortalecer uma comunidade de pessoas/clientes que amam papelaria, assim como eu! Fiz duas oficinas na Meg&Meg até hoje e foi tão legal! Uma foi sobre metas: como a gente pode planejar as nossas metas para o ano seguinte, de forma consciente. Foi uma discussão sobre escolhas: o que de fato queremos fazer, o que é verdadeiramente importante para nós. Foi uma oficina intensa porque conversamos bastante! Eu adorei, foi muito gratificante! A outra oficina foi sobre decoração de planners e a importância de guardar as nossas memórias – um workshop mais prático, de mão na massa mesmo! Como cliente, eu gosto disso: de saber mais sobre os bastidores das lojas e empresas que eu admiro, de me sentir próxima, acolhida! E agora, com a Casa Meg&Meg, eu vou conseguir fazer isso com as minhas próprias clientes! Sem contar que vou ter um espaço maior para montar a nossa loja física, no térreo, promover eventos e realizar novas oficinas – estou muito empolgada!
Como você vê a Meg&Meg daqui a alguns anos? Quais outros sonhos você gostaria de realizar?
Agora, que eu tive coragem de tomar a decisão de vender os produtos da Meg&Meg exclusivamente pelo nosso site, eu quero aprimorar essa plataforma online de vendas – no sentido de repensar o lançamento das coleções. Eu já tenho melhorado bastante, nesse aspecto, mas ainda não está 100% – quero ter uma rotina mais regrada para os lançamentos de cada coleção. Fora isso, também pretendo explorar outras áreas que não só a papelaria! Sempre sonhei em vender itens fofos para decorar a casa, como fronhas e pano de prato – produtos que, em tese, a gente encontra em qualquer lugar, mas não tão fofos quanto gostaríamos! Resumindo, seria isso: eu quero explorar mais o site da Meg&Meg e não ficar preocupada somente em atender lojistas do Brasil inteiro. Seria maravilhoso também: vender meus produtos nas maiores papelarias do país! Mas se eu quero que a Meg&Meg transmita essa ideia de ser uma marca que está na casa da cliente, de proximidade e aconchego – ela vai ser um negócio de porte menor e com um nicho bem específico. E confesso que estou bem tranquila em relação a isso! O dinheiro que eu gastaria para vender os produtos da Meg&Meg em outras lojas, poderá ser reinvestido em oficinas e festas de lançamento para as minhas clientes. E isso faz muito mais sentido pra mim, atualmente.
O que você diria pra quem também sonha em ter o próprio negócio, mas está sem coragem para começar?
O principal é encontrar o seu propósito, ou seja, ter consciência do seu porquê – o que te motiva a realizar determinado tipo de trabalho. Pra mim, um exemplo bem claro disso é o retorno que eu tive da youtuber Jout Jout, recentemente. Admiro muito o trabalho dela e quis presenteá-la com um dos nossos planners. Em julho, ela gravou um vídeo dizendo o quanto o planner tinha sido transformador em sua rotina – agora ela conseguia se organizar! Antes, ela se perdia na hora de agendar as palestras. Hoje, ela simplesmente vai lá e anota tudo no planner! Esse relato foi a síntese de como eu imaginei que o meu trabalho seria um dia! É ter a certeza de que funcionou, na prática, e de que consegui cumprir o meu papel! Você tem que ter essa visão: de qual impacto o seu trabalho vai ter na vida das pessoas, esse é o caminho! Porque se você simplesmente falar: “Eu gosto de papelaria, vou lançar a minha marca!” Mas quantas papelarias já existem? “Vou ter uma loja online!” Você vai vender o quê, por quê? Se a pessoa quer começar um negócio, ela tem que entender porque ela quer começar! Você, por exemplo, gosta de documentar a vida das pessoas, de contar histórias, mostrar como é o trabalho delas. Isso já é um universo! O meu é: quero levar organização para a vida das pessoas! Eu sempre tive essa paixão por tudo que estivesse relacionado à organização e produtos fofos!
A dica é: entenda o porquê você quer fazer isso! Só assim você vai encontrar motivação para realizar outras tarefas do dia a dia da empresa, que não são necessariamente prazerosas. Se eu não quisesse muito que a Meg&Meg desse certo, eu não iria ter motivação pra pesquisar sobre nota fiscal, porque é um assunto que não me interessa. Se o seu porquê não for muito forte, você não vai seguir adiante. Eu gosto de conversar com as clientes no Instagram justamente por isso – porque eu lembro do meu porquê – do quanto eu estou impactando a vida das pessoas, positivamente, com o meu trabalho! Isso é que vai me dar motivação para realizar uma tarefa burocrática da empresa, como resolver um problema de pagamento com cartão de crédito, por exemplo. Se você tiver essa motivação de falar: eu preciso fazer esse negócio acontecer, tudo vai fluir melhor! Esse é só o primeiro passo! Tem um livro que eu gosto muito: “Empreendedorismo para subversivos”, do Facundo Guerra. O autor é empresário, dono de uma rede de restaurantes e casas noturnas. Foi lendo essa obra do Facundo que eu cheguei à conclusão de que “abrir um negócio não é sobre ter ou ganhar dinheiro, é sobre querer fazer um projeto acontecer, de verdade!” Até porque, quando a gente abre um negócio, nem sempre vamos ter uma renda fixa mensal. O dinheiro é fluxo e a motivação principal não pode ser simplesmente financeira. Caso contrário, eu não teria apego à essência do meu negócio! Eu poderia fazer qualquer outra coisa da vida para ganhar dinheiro – mas eu não estaria sendo fiel à minha verdade, ao meu porquê.
2 Comments
Linda a história da Jéssica!
A história da Jessica é linda mesmo – e muito inspiradora! Aprendi demais só de bater um papo com ela durante essa entrevista! Sem contar que a Jessica é um amooor de pessoa! Muito obrigada pelo carinho! Seja sempre bem-vinda por aqui! Beijo grande 🙂