O Pedro – criador do projeto “Um Cartão” – é uma das pessoas mais generosas que eu conheço! Sempre simpático e disposto a ajudar, independente da agenda repleta de compromissos. Sempre com um sorriso no rosto também, é a aquela pessoa que te faz sentir em casa quando abre as portas do seu espaço de criação. A primeira vez que entrevistei o Pedro foi em 2016. Na época, ele trabalhava em casa e o seu filho “Um Cartão” – como ele mesmo costuma dizer – estava prestes a completar dois anos. De lá pra cá, o projeto cresceu ainda mais (ao todo, são três livros publicados e mais de 2 milhões de seguidores – apenas no Instagram) e a rotina do Pedro agora se divide entre o home office e o seu novo escritório – que fica num coworking na zona sul do Rio de Janeiro.
Em março, convidei o Pedro para participar de uma editoria sobre espaços de criação que estou escrevendo para a “Revista Casa de Colorir”, da talentosa Thalita Carvalho. Perguntei se ele me daria autorização para publicar duas fotos que fizemos lá em 2016. Na mesma hora, ele propôs – generoso que só – que eu aproveitasse a oportunidade para conhecer o seu novo escritório. Assim, atualizaríamos as imagens – até porque muita coisa tinha acontecido nesses últimos três anos! Quando bati os olhos no novo escritório do Pedro, me senti ainda mais grata por trabalhar com algo que eu amo! Fotografar um office lindo como esse, em plena terça-feira, realmente não tem preço! Foram quase duas horas de bate-papo sobre decoração e muitas fotos, claro! Durante a entrevista, o Pedro me contou como foi decorar esse novo espaço do zero, com muita arte e personalidade! Espero que o post de hoje te inspire tanto quanto me inspirou no dia em que fiz essa sessão de fotos! Boa leitura e uma ótima semana para todos nós 🙂
Qual é a importância do seu escritório/home office para a sua criação?
Eu diria que é quase tudo! Quando você trabalha num espaço inspirador, a sua arte acaba florescendo, de alguma forma! Pra mim, era muito triste chegar aqui na sala, antes dela ser decorada e me deparar com a parede (branca e cinza) e todo aquele vazio ao meu redor. Eu não gostava de ficar aqui. Dizia para mim mesmo: “não estou me sentindo em casa, não estou me sentindo confortável aqui”. Eu me sinto confortável assim: em meio a um monte de cores, materiais, papéis, lápis e canetas! Sem contar que está tudo ao meu alcance: eu posso pegar, testar, posso brincar com todos esses materiais! No meu home office é assim também: praticamente uma papelaria! O ambiente de trabalho é algo muito importante pra mim. Sempre tento criar e manter espaços inspiradores como esse, tanto aqui no escritório, quanto lá em casa.
Quanto tempo você levou pra decorar o seu novo espaço de criação e como foi esse processo?
A primeira coisa que entrou nessa sala foi o neon com o símbolo do “Um Cartão”! Ele é o destaque da decoração! É engraçado porque todas as salas são de vidro, então, pra onde você olha tem um reflexo do “Um Cartão” – pelo andar inteiro! Foi assim: o neon chegou e eu trouxe todo o resto! Já chamei o funcionário da manutenção pra furar a parede e pendurar os quadros. Outros objetos como adesivos e cartões eu fui trazendo aos poucos, mas onde tem espaço, vou pendurando coisas novas na parede!
Eu entendo que decorar é um processo gradual. Tanto é um processo que vou mudando “a cara” do meu escritório de tempos em tempos. Mudo o jeito como tudo está arrumado: atualmente, os cartões estão expostos num compartimento específico. Antes, eles ficavam espalhados por toda a mesa e eram organizados por cores. Assim como a vida, a decoração está sempre em movimento. Com os quadros acontece a mesma coisa: quando um deles é vendido, eu tenho que providenciar outro pra colocar no lugar. Estou sempre levando e trazendo quadros, da casa pro escritório e vice-versa. Mas eu gosto e entendo que esse movimento faz parte do processo de decorar, assim como o fluxo da vida.
De que forma esse painel de referências na parede, repleto de quadros, estimula a sua criatividade?
Aqui no escritório, só tem arte minha. Só coisa que eu criei, que eu fiz, é muito pessoal! Sempre vai ser algo pessoal. E foi justamente essa a intenção! Como a sala é de vidro, a ideia era transformar o espaço numa vitrine do projeto “Um Cartão”. Lá em casa é diferente: como eu tenho muitos amigos artistas, fiz questão de decorar a parede do meu home office com a arte desses profissionais que eu tanto admiro! São quadros, pratos, canecas, adesivos, cadernos: é um contato visual constante! Como eu fiz esses amigos através do projeto, nada mais justo e bonito do que homenageá-los. Pra mim, mais do que um painel de referências, essas obras que decoram o meu home office se transformaram numa verdadeira coletânea de memórias e afetos.
A gente está vivendo um momento, principalmente na decoração, que eu costumo chamar de “casa viva”! No sentido de que as peças precisam contar uma história, não necessariamente serem apenas bonitas. Acho que ninguém, hoje em dia, compra um objeto de decoração só porque ele é bonito. Normalmente, a pessoa traz a peça de viagem, compra ou ganha de alguém, foi algo que ficou de herança. Os móveis e objetos de decoração têm um significado, um valor emocional muito maior do que o valor físico, em termos de preço e funcionalidade. E comigo não seria diferente!
Aqui no escritório, essa parede cheia de cartões me traz boas lembranças do caminho que estou trilhando desde 2014. Sim, o projeto está prestes a completar 5 cinco anos! Meu filho já está pré-alfabetizado! Estou muito feliz!
2 Comments
Me sinto do meu mundo…com vc Talita! Em casa!
Fico feliz em saber que você se sente em casa lendo os meus posts, Eliana! Super obrigada pelo carinho e incentivo! Seja sempre muito bem-vinda por aqui! Beijo grande 🙂